jheklç,º.
464 palavras
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O título deste poema afirma-se como uma anotação ou um esboço de um momento da vida do poeta marcada pela fragmentação e frustração, mas mostrando alguma vitalidade. O poeta inicia o poema com uma espécie de introdução em que nos apresenta diretamente o seu estado de espírito. Podemos também interpretar como uma confissão da parte do poeta acerca dos seus sentimentos. Álvora de Campos revela-nos a natureza múltipla da sua alma, ou seja, diz-nos que se sente múltiplo daí sentir-se perdido, sem dignidade, ele no fundo diz que sente não ser ninguém.(V.1 e V.2) A alma partida é a desmultiplicação do eu de Fernando Pessoa em vários (os heterónimos), mas esta desmultiplicação não resoltou, porque "partiu-se como um vaso vazio" e esse processo foi muito doloroso para o poeta. No verso 3 percebemos que o poeta nao planeou a sua dor, tudo lhe aconteceu por abrigação, ele próprio sentia-se literalmente deixado cair das escadas. Após a queda pelas escadas, ele e a sua alma partiram-se em demasiados pedaços que nada nem ninguém os conseguiria juntar novamente. Os cacos apresentados ao longo de todo o poema metaforizam a alma fragmentada do sujeito poético. Antes da fragmentação, o poeta, sentia-se "um vaso vazio", depois tem "mais sensções" do que tinha anteriormente.(V.6) O poeta diz que não passa de um "espalhamento de cacos", inútil, mas quando se parte existe um "barulho de queda".(V.7 e V.8) O sujeito poético sente-se frustado, porque embora sinta a presença dos deuses (V.9), mas eles não se importam de o deixar entregue à sua desgraça humana.(V.10, V.11 e V.12) Álvaro de Campos é condenado ao seu estado sem ser ajudado por ninguém, os próprios deuses mesmo cientes do que se está a passar apenas "olham e sorriem"(V.16), os deuses estam limitados à sua própria natureza que os impede de vir à Terra.(V.14, V.15 e V.16) Aqui a criada surge como intermediária à vontade dos deuses, não é a responsável, apenas apresenta-se como um instrumento