Jesus Amado
“E ERA A MURIÇOCA DOIDA”: HISTÓRIA, SOCIEDADE, FEMININO E SUAS
RELAÇÕES EM ALUÍZIO AZEVEDO
Danilo Pereira da Costa
(UEPB/CH/CAMPUS III) danilopc115 @gmail.com
Desde o início do século XX, ocorre uma questão discursiva em torno do conceito de identidade. Esta é uma continuação de trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores anteriores, que englobaram o Romantismo e o Naturalismo/Realismo. Sabe-se que o personagem do negro, até então codificado na Literatura, é sempre colocado como vítima de um processo meramente histórico, escravista, que até hoje provoca um olhar descentrado, perpetuações hierárquicas e naturalização da exclusão. Daí surge um purismo estético que define padrões sociais ideológicos. Como se pode explicar esse paradoxal fenômeno, principalmente no contexto histórico o qual ambos situavam-se? Segundo Hall
(2000, p. 203), este aspecto efetua-se em uma “completa desconstrução das perspectivas identitárias em uma variedade de áreas disciplinares, todas as quais, de uma forma ou de outra, criticam a idéia de uma identidade integral, originária e unificada”.
Para Santos (2005, p. 38), “a superioridade de um grupo racial, sobre outro é uma hipótese cientifica não provada, apesar dos esforços da ideologia do colonialismo, interessada em justificar a miséria e o atraso dos países subdesenvolvidos”. O mesmo autor também defende a idéia de que o racismo é uma teoria defendida em livros na sala de aula quando tratam com termos “científicos” a questão das diferenças raciais e que o orgulho de acharmos ser uma “democracia racial” apenas prova que esse fenômeno é constante na nossa história.
O objetivo do nosso trabalho é investigar os modos de representação do negro e discutir a cerca das produções de outros autores da referida fase, além dos estudados, se existem traços característicos, que possam ser percebidos a partir da identidade e das
1
diferenças, e de que forma ocorreu o processo de construção ou desconstrução da