Jean Sartre
Nascido em Paris em 1905, de saúde frágil, filho de família burguesa, jamais imaginaria que, como membro da Resistência Francesa, viria a combater violentamente a ocupação nazista da França, entre 1940 e 1944. Durante a 2ª Guerra Mundial, serviu no exército como meteorologista na região de Lorena, entre 1940 e 1941. Feito prisioneiro, ficou na cidade alemã de Tréves, onde Karl Marx nasceu. Fugiu de lá utilizando-se de documentos falsos.
Nosso filósofo também esteve na linha de frente dos mais importantes acontecimentos políticos da França, nos últimos 30 anos. Defendeu a libertação da Argélia, então uma colônia francesa, que só se tornou independente em 1962, após violenta guerra que durou 8 anos.
Em maio de 1968 o velho professor, aos 63 anos, junto com seus alunos, empilhou os paralelepípedos tirados das ruas de Paris para construir as "barricadas do desejo", símbolo de um movimento estudantil que pretendia revolucionar todos os aspectos da vida do país.
Mas foi através de sua permanente dedicação à literatura que Sartre pretendeu atingir três objetivos principais na vida: realizar sua paixão pela arte, comunicar-se com os homens e mulheres de seu tempo, virar as estruturas deste mundo de cabeça para baixo.
Para ele, literatura não era um luxo, nem uma diversão, mas uma arma política, uma armadilha para colher coisas vivas:
"Por ter descoberto o mundo através da linguagem tomei durante muito tempo a linguagem pelo mundo. Existir era possuir uma marca registrada, alguma porta nas tábuas infinitas do Verbo, gravar nelas