Jean-Jacques Rousseau
Cenas reais de um grande banco internacional com atuação no Brasil. Uma executiva da área de corporate, que participava das reuniões de apresentação de serviços e produtos para clientes, por ser uma moça atraente, foi chamada pelo superior imediato com essas palavras. O desafio: ela deveria sair com um possível cliente que a achara interessante. A finalidade era fechar o negócio com mais rapidez. Ao se negar a fazer parte do esquema, a mulher foi duramente criticada pelo superior e por alguns colegas. E optou por demitir-se do banco.
Quem conta a história é Fernando Polignano, especialista em desenvolvimento humano da Top Coaches, empresa especializada em coaching, de São Paulo. O caso de assédio moral como o da executiva acima não é totalmente incomum, por pior que pareça. Portanto, é possível que, mais dia, menos dia, você se depare com uma situação parecida. E, ao contrário da história da moça, nem sempre dá para resolver o assunto com um pedido de demissão. Ou, pior, nem sempre é possível pedir demissão assim, de uma hora para outra. Aqui, especialistas em ética e carreira dão a solução para outros dilemas comuns do mundo do trabalho.
2 CAPÍTULO 1 – DILEMAS 1 E 2
2.1 DILEMA 1 – MARACUTAIAS
Fiquei sabendo de maracutaias envolvendo a empresa. Peço demissão imediatamente?
O nome da companhia está prestes a virar manchete. Depois de respirar fundo, avalie se é possível mudar de emprego. Considere as consequências para sua vida financeira, converse com sua família, fale com um profissional mais experiente de fora da empresa, que não vai expor seu caso. Coloque na balança para saber se o risco maior para sua carreira e sua vida é ficar ou sair, diz Fernando. Se o profissional se vê coagido a participar de uma armação, ele deve sair. Mesmo que a história não vá para os noticiários, ainda assim o ideal é manter-se longe dos envolvidos enquanto negocia sua saída ou procura uma recolocação. Não se pode ficar parado nem um minuto, diz José