Jardineiro fiel
O filme nos leva a mergulhar numa investigação sobre uma conspiração internacional envolvendo governos e multinacionais do setor farmacêutico e testes de medicamentos em seres humanos. Em meio a isso, as dúvidas de Justin Quayle em relação a sua esposa, a ativista Tessa. Baseado no romance de John Le Carré, o filme começa na metade da história. O filme não tem sua historia contada em uma sequência, e sim em partes, indo e voltando no tempo. Essa dinâmica representa a busca do personagem principal em reconstituir os fatos que causaram morte da sua mulher. O modo como o filme é narrado nos leva a enxergar a história da mesma maneira que Justin, nos conduzindo, inclusive, a questionar, assim como ele, a fidelidade de Tessa.
As cenas do filme são puramente o ponto de vista de Justin. Podemos perceber que a história é contada em formato de narrativa em 3ª pessoa.
Alguns recursos utilizados ajudam a realizar as intenções do diretor. Um exemplo seria a cena em que eles se conhecem e logo já estão na casa dele. A cena nos faz entender que tudo aconteceu rápido na perspectiva do protagonista. Outra cena que também influencia o espectador é a em que Tessa está amamentando uma criança negra logo após sofrer um aborto, isso por alguns segundos nos faz crer em uma traição. Pode-se perceber que a linguagem não verbal é utilizada como recurso para envolver o telespectador na trama de dúvidas do filme, bem como para transmitir as percepções cronológicas desejadas.
O destaque dado a determinadas situações provoca propositalmente um elemento ruidoso que impede a interpretação prematura dos fatos. Mantendo o telespectador envolvido com o enredo até o seu desfecho.
Apesar de durante todo o filme acompanharmos a história sob a perspectiva de Justin, o discurso é direto, muito embora nos seja emprestado o olhar do personagem principal sobre os acontecimentos e as relações existentes.
O título do filme não se refere só ao fato de Justin passar boa parte do