jardineiro fiel
LUCIANA MOURÃO FANTI
Rachel Weisz e Ralph Fiennes Conferir a beleza e talento de Rachel Weisz, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme O Jardineiro Fiel, é só um dos motivos para se assistir ao último trabalho do diretor brasileiro Fernando Meirelles. O filme é tão bonito que por duas vezes paguei o ingresso para ver as paisagens do Quênia, os belos atores, a história de amor e de conspiração. Mas confesso: voltei ao cinema não pelas cores e granulados da tela, ou pela inquietude talentosa da câmera do diretor de Cidade de Deus, fui recuperar os detalhes que haviam passado batido na primeira vez, mas sem deixar de me causar bastante susto. Ao final, ainda satisfeita pela beleza do filme, fui lembrada pelos letreiros (pela segunda vez) de que o roteiro é baseado em um romance ficcional. Ainda bem. Meirelles põe na tela o best-seller de John Le Carré, no qual um funcionário do governo britânico, apaixonado por jardinagem e residente na África, investiga o assassinato brutal de Tessa, sua esposa jovem, bela e ativista política, por investigar pesquisas de um novo medicamento para o tratamento da tuberculose no Quênia. O medicamento, Dypraxa, pertencia a um grande laboratório farmacêutico franco-suíço, o KDH, mas estava sendo testado pela empresa Three Bees em pacientes africanos (chamados de cobaias no filme), quanto à sua eficácia e segurança. Mas aí é que começavam os problemas. Os participantes da pesquisa desconheciam o fato de que recebiam um medicamento novo cujos efeitos benéficos e maléficos eram, portanto, ainda desconhecidos. Mesmo assim, “consentiam” com o tratamento (havia um campo marcado com “X” em uma ficha, representando o consentimento dos pacientes). Aqueles que não o faziam simplesmente ficavam à margem de qualquer tipo de terapia para sua condição de HIV positivos e tuberculosos. O pior de tudo, no entanto, é que alguns estavam morrendo com o uso de