Janelas holandesas
Tiago Manuel Da Silva Pereira | 20070389 setembro 2008
A Janela Holandesa
É final da tarde e as janelas das casas Holandesas mantêem-se abertas chamando a atenção dos visitantes que passam na rua, expondo não só o interior da casa como a vida familiar. No olhar dos turistas há uma ligação imediata às janelas da prostituição presentes nas cidades Holandesas, há algo de sexual nesta mentalidade da casa que se mostra. Quando passeamos pela cidade notamos a forte decoração das janelas que, de forma silenciosa dão a conhecer ao mundo o estilo de vida de quem a habita. Existe um simbolismo muito forte que liga a mulher à janela vinculado na cultura tradicional social, a decoração e julgamento da janela são essenciais. Várias pinturas do século XVII representam a mulher sentada à janela mostrando o interior da sua habitação, mas com o passar dos anos já nos sec.XVIII e XIX esta representação modificou-se deixando de ser tão directa do papel social da mulher do norte da Europa. Com a influência francesa as janelas tornam-se menos transparentes aumentando a camada de cortinas tornando a sala de estar uma sala escura que funcionava como o território das respeitáveis donas de casa. Com o passar de uma época mais conservadora no sec.XX, o clímax foi atingido no pós-guerra que levou, também, ao desenvolvimento das janelas da prostituição onde as janelas estão abertas não só de dia como à noite. Podemos interpretar estas janelas como linhas transparentes entre o interior e mundo doméstico e o exterior e mundo da vizinhança. A janela é o símbolo de uma cultura específica com múltiplos significados e classifica a realidade social holandesa como sendo, o espaço público orientado para o masculino e o privado para o feminino. O carácter da janela é dado não só pela sua fragilidade perante a parede e a porta mas também pela forma como está guardada, limpa e decorada. A dominante temporal que