Irmãos roberto
Os Roberto são uma lenda na arquitetura brasileira: pioneiros do modernismo, são autores de obras emblemáticas e originais que representam uma alternativa para a escola carioca. Sem contar a ativa participação em entidades da categoria. O escritório, atualmente coordenado por Márcio Roberto (UFRJ, 1968), acaba de receber o Prêmio Roberto Cláudio dos Santos Aflalo, concedido pela primeira vez pela Asbea - com a qual, aliás, os Roberto mantêm estreita relação: foi no estúdio deles, que em 1973, fez-se a leitura da ata que marcou a criação da associação.
Apesar de o escritório mudar de nome diversas vezes - foi Marcelo Roberto (de 1930 a 1934), depois MM Roberto (1934/1943), MMM Roberto (1943/1968) e, por fim, M Roberto - ele existe há mais de 70 anos sob a direção da mesma família .
O primeiro arquiteto foi Marcelo (1908-1964), graduado em 1930 pela Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Antes de se formar, ele trabalhou como chargista com o pseudônimo Marcelo Roberto - uma homenagem ao pai, Roberto Otto Baptista, que morreu de gripe espanhola. Ao se tornar arquiteto, um amigo sugeriu que abrisse um escritório com o nome pelo qual já era conhecido. Como era arrimo de família, Marcelo não teve dúvida: foi ao cartório e alterou o sobrenome da família - a partir daí, os Baptista se tornaram Roberto.
Em 1934, recém-formado, o irmão Milton (1914-1953) se juntou ao escritório. O talento deles não demorou a aflorar: em 1935, conseguiram um grande feito ao vencer o concurso para a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro. Os jovens (Marcelo tinha 28 anos e Milton, 22) foram responsáveis, do ponto de vista cronológico, pela primeira grande obra da arquitetura moderna no Brasil.
O desenho do prédio é alguns meses anteriores à criação do Ministério da Educação e Saúde, cujo projeto foi liderado por Lucio Costa. E a conclusão da ABI, em 1938, é muito anterior à do ministério. No prédio da ABI,