Iracema a lenda do ceara
Um pouco sobre o autor
José de Alencar foi um dos grandes autores da primeira geração do romantismo no Brasil. Sempre acentuou as caracteristicas do romantismo, principalmente o nacionalismo e a exaltação do povo indígena como herois nacionais.
Na trilogia indianista que inclui o livro iracema José de Alencar tem uma proposta de valorizar o passado e de delinear o retrato do brasileiro: "Ubirajara", antes da efetiva colonização portuguesa, selvagens alheios a qualquer influência estrangeira; "O Guarani", durante a colonização portuguesa, que foi desaparecendo por ação da natureza e pela promessa de outra raça. "Iracema" cumpre esse objetivo de delinear o retrato do brasileiro de modo mais humano, menos épico, sob a forma de lenda apoiada sobre fundamento histórico (Alencar recorre ao século XVII para construir a lenda da fundação do povo brasileiro).
Introdução
O livro foi publicado em 1865, com o nome "Iracema" e com a indicação: a lenda do Ceará.
Parece ter sido inspirado no livro "Atala e René" de 1801, do francês Chateaubriand
No prólogo, o próprio Alencar designou o livro como cearense, escrito dedicado aos cearenses por um cearense ausente. Ele oferece a seguinte fundamentação histórica da obra: em 1603, foi fundado o primeiro povoado colonial no Ceará, com o nome de Nova Lisboa, que veio a ser destruído pelos indígenas. Em 1608, reconstituiu-se a colonização numa expedição da qual participou Martim Soares Moreno, que ficou amigo de Poti. Eles habitavam nas margens do rio Acaracu, mas acabaram estabelecendo-se nas proximidades do recente povoado, para protegê-lo contra os índios do interior e os franceses. Poti, que recebeu o nome cristão de Antônio Filipe Camarão, e Martim se celebrizaram por sua atuação na expulsão dos holandeses.
Trata-se de uma lenda do Ceará, pois realizou a fusão dos mitos indígenas e dos elementos da natureza. Exemplos de mitos: nascimento de Moacir o primeiro cearense, primeiro homem americano,