Iracema - índia dos lábio de mel
IRACEMA – (índia dos lábios de mel) = Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade) por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos); anagrama de América.
MARTIM SOARES MORENO = guerreiro branco, amigo dos pitiguaras, habitantes do litoral, adversários dos tabajaras; os pitiguaras lhe deram o nome de Coatiabo.
POTI = herói dos pitiguaras, amigo – que se considerava irmão – de Martim.
IRAPUÃ = chefe dos tabajaras; apaixonado por Iracema.
CAUBI = índio tabajara, irmão de Iracema.
JACAÚNA = chefe dos pitiguaras, irmão de Poti.
Valor simbólico do personagem Moacir = Moacir simboliza o primeiro brasileiro nascido da miscigenação índio X português. Duas vezes filho da dor de Iracema: dela nascido e, também, dela nutrido. Tal mescla de vida e morte, de dor e de alegria, acha-se tematizada pelo leite branco, ainda rubro do sangue de que se formou.
No romance há um argumento histórico: a colonização do Ceará, que se deu em 1606. Nele há a presença de personagens históricos: Martim Soares Moreno, o colonizador português que se aliou aos índios Pitiguaras e Poti, Antônio Felipe Camarão. Através do romance entre Iracema e Martim, José de Alencar romantizou o processo de colonização do Ceará, simbolicamente representativo do processo de colonização do Brasil. Iracema apresenta uma espécie de conciliação entre o branco e o índio, na medida em que romantiza a dominação de um povo pelo outro. Desta forma insere nos códigos artísticos do Romantismo europeu a temática do processo de colonização do país. Com a obra se inaugura o mito heróico da pátria, de natureza indianista.
Portanto, o espaço da obra é o Estado do Ceará e o tempo é o início do século XVII.
Enredo
Durante uma caçada, Martim Soares Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, se perdeu dos companheiros pitiguaras e se pôs a caminhar sem rumo