Investigação sobre o entendimento humano - hume - secção ii
Hume opôs-se particularmente a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico. Assim Hume abriu caminho à aplicação do método experimental aos fenómenos mentais. A sua importância no desenvolvimento do pensamento contemporâneo é considerável.
O estudo da sua obra tem oscilado entre aqueles que colocam ênfase no lado céptico (tais como Reid, Greene, e os positivistas lógicos) e aqueles que enfatizam o lado naturalista (como Kemp Smith, Stroud, e Galen Strawson).
É considerado um dos mais importantes pensadores do “Iluminismo Escocês” e da própria filosofia ocidental.
SECÇÃO II
DA ORIGEM DAS IDEIAS
Cada um admitirá prontamente que há uma diferença considerável entre as percepções do espírito, quando uma pessoa sente a dor do calor excessivo ou o prazer do calor moderado, e quando depois recorda na sua memória esta sensação ou a antecipa por meio da sua imaginação. Estas faculdades podem imitar ou copiar as percepções dos sentidos, porém nunca podem alcançar integralmente a força e a vivacidade da sensação original. O máximo que podemos dizer delas, mesmo quando actuam com o seu maior vigor, é que representam o seu objecto de um modo tão vivo que quase podemos dizer que o vemos ou que o sentimos. Mas, a menos que o espírito esteja perturbado por doença ou loucura, nunca chegam a tal grau de vivacidade que não seja possível discernir as percepções dos objectos. Todas as cores da poesia, apesar de esplêndidas, nunca podem pintar os objectos naturais de tal modo que se tome a descrição pela paisagem real. O pensamento mais vivo é sempre inferior à sensação mais embaçada.
Podemos observar uma distinção semelhante em todas as outras percepções do espírito. Um homem à mercê dum ataque de