Hume
O empirismo cético de D. Hume
Elementos do conhecimento
Para David Hume todo o conhecimento começa com a experiência. Os dados ou impressões sensíveis são as unidades básicas do conhecimento.
Divide o conteúdo do conhecimento em duas espécies de estados de consciência ou perceções:
«Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou tipos, que se distinguem pelos seus diferentes graus de força ou vivacidade. As menos intensas e vivas são comummente designadas Pensamentos ou Ideias. O outro tipo carece de um nome na nossa língua e em muitas outras; assim suponho, porque não havia quaisquer requisitos, a não ser filosóficos, para os classificar sob um termo ou designação geral. Usemos, pois, de um pouco de liberdade e chamemos-lhe Impressões, empregando esta palavra num sentido um tanto diverso do habitual. Pelo termo impressão significo todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões distinguem-se das ideias, que são as impressões menos intensas, das quais somos conscientes quando reflectimos sobre qualquer das sensações ou movimentos acima mencionados.»
(David Hume, Investigação Sobre o Entendimento Humano; Trad. Artur Mourão, Ed. 70, Lisboa, 1989, Secção II, Da Origem das Ideias, p. 24).
«Todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as percepções da mente, quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação. Estas faculdades podem mimar ou copiar as percepções dos sentidos, mas nunca podem inteiramente atingir a força e vivacidade do sentimento original. O máximo que delas afirmamos, mesmo quando atuam com o maior vigor, é que representam o seu objecto de uma maneira tão viva que poderíamos quase dizer que o sentimos ou vemos. Mas, a não ser que a mente esteja