Inversão de valores é a expressão
Segundo dados levantados, em 2010, pela FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), anualmente, o prejuízo causado pela corrupção é de no mínimo 50,8 bilhões de reais. Tal quantia seria suficiente para construir 918 mil casas populares, atender mais de 15 milhões de lares com rede de esgoto, construir aproximadamente 40 mil quilômetros de rodovias ou 20 mil de ferrovias.
Nos últimos tempos, tenho observado os discursos daqueles que são acusados de corrupção. Sem nenhum pudor, afirmam inocência, mesmo quando os fatos provam o contrário. Diante de tanta convicção nos discursos, chegam até a confundir quem os ouve.
No final do ano passado, tornou-se público o esquema de corrupção que ocorria na Assembleia Legislativa de Rondônia. Nenhum dos envolvidos até o momento foi punido. E, ironicamente, a instituição lança uma campanha contra a corrupção que tem como tema: “Corrupção não, nós damos valor à honestidade. Juntos vamos vencer a corrupção.”
Diferente do Brasil, em outros países, ser acusado de corrupção é motivo de vergonha, de desonra. Exemplo disso é o que ocorreu no Japão, onde após denúncias de corrupção, o ministro da agricultura cometeu suicídio. Lá, desde o jardim de infância as crianças têm as disciplinas de civismo e de moral, que ensinam o patriotismo, a ética, a honestidade, dentre outros valores.
Aqui, parece que há certa conivência da sociedade com a corrupção, o que pode ser observado em falas como: “fulano rouba, mas faz”, “se eu ou você estivesse lá faria isso também”, “todo político rouba”, “dá um jeitinho”...
Os políticos não são alienígenas, são eleitos pela sociedade e fazem parte desta. A prática de corrupção como agente público é um reflexo da prática de corrupção como cidadão.
Se como cidadão sonega impostos, trapaceia nos negócios, mantém