Inversao sintatica
A inversão sintática é um recurso estilístico muito usado no idioma. Criador de ênfase, o procedimento é um poderoso aliado dos poetas que se propõem criar versos rimados com métrica preestabelecida. Mas nem sempre alterar a posição de uma palavra na frase traz bons resultados.
É relativamente corriqueiro que uma sentença acabe apresentando dupla interpretação. Isso decorre de descuido do redator ou, mais freqüentemente, da pressa, situação comum em jornais.
Inversão Sintática refere-se ao fenômeno que troca a ordem normal dos termos sintáticos na frase.
A ordem normal, como você bem sabe, é:
SUJEITO + VERBO + OBJETO + ADJUNTO ADVERBIAL
Em que Verbo, Objeto e Adjunto Adverbal fazem parte do Predicado. Objeto e Adjunto não aparecem em todas as orações. Mas sujeito e verbo, sim. (apenas não em algumas orações sem sujeito)
Na inversão sintática, pode-se ocorrer:
Ex.1: Adjunto na frente e isso é muito comum, para enfatizar o modo pelo qual a ação ocorre.
Ex.: Ontem, meu país comemorou a saída de todos os franceses que compraram terras na Amazônia.
Olha o "Ontem" aí!
Ex.2: Objeto antes do Verbo ou do sujeito: isso é muito comum em poesias, para não comprometer a rima e a métrica do poema!
Ex.: Em "Dois Vocativos", de Adélia Padro:
“A maravilha dá de três cores: branca, lilás e amarela, seu outro nome é bonina.
Eu sou de três jeitos: alegre, triste e mofina, mas meu outro nome eu não sei.
Ò mistério profundo!
Ò amor!”
Em "mas meu outro nome eu não sei", "meu outro nome" é objeto do verbo "sei", estando anteposto a ele. A ordem normal seria "Mas eu não sei meu outro nome".
Pergunta: Na ordem normal, o poema continuaria tão bonito quanto antes? Acho que não, não é mesmo.
Nota Legal: Esse exemplo é clássico, mas, talvez, seja um dos melhores exemplos de Inversão Sintática: O HINO NACIONAL.
Logo a introdução: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heróico o brado retumbante,..."