INTRODUÇÃO A INTERPRETAÇÃO CÊNICA DE PERSONAGENS
CRITÉRIOS PARA TEATRO, VÍDEO, CINEMA E TELEVISÃO O trabalho do ator em Teatro, Vídeo, Cinema e Televisão guarda as mesmas proporções de complexidade e relação, apesar do meio de exibição e apresentação serem diferentes. Interpretar personagens nada mais é que representar a aventura do espírito humano, como já diziam outros metodologistas. Se verificarmos a significação da palavra representar, encontraremos as seguintes definições no dicionário: ser a imagem de; parecer, aparentar, figurar, reproduzir a imagem de; pintar, retratar, significar, simbolizar, aparecer numa outra forma; figurar como emblema, apresentar-se, oferecer-se ao espírito, dirigir uma representação, ser ministro ou embaixador de, ser mandatário ou procurador de, apresentar-se no lugar de; fazer às vezes de; suprir a falta de; exibir em teatro, desempenhar em espetáculo público (um papel de peça teatral), desempenhar funções de ator. Mas o grande problema nos dias de hoje é a questão do entendimento de representar. Antigamente quando o acesso à informação era mais difícil e mais demorado, tanto para atores quanto para o público comum, a arte de representar poderia realmente exprimir a chamada imitação, ou seja, o ator “copiava mentalmente” ou “imaginava” gestos, trejeitos e expressões, que se repetiam “ad aeternum”, fosse qual fosse o estado de espírito ou ânimo da cena. Assim, o que se mostrava em cena era “acreditado piamente” pelo público como uma verdade indiscutível. Como o ator geralmente fazia um estudo básico sobre as características do personagem, estabelecia então um rótulo, um estereótipo, um clichê que lembrava vagamente o personagem estabelecido pela trama teatral, para desespero dos autores de peças teatrais. Tanto é que William Shakespeare (1564-1616), aviltado com o que faziam os atores da época em seus espetáculos, dá alguns conselhos na própria peça teatral, em um trecho de HAMLET, na conversa entre o Príncipe