Introdução sucinta a karl marx
1. Vida e Obra
Nasceu em Trier de família pobre, mas não miserável. Estudou Direito e Filosofia em Bonn e na Universidade de Berlim, onde foi aluno de Bruno Bauer e juntou-se aos jovens hegelianos de esquerda. Não conseguiu emprego como professor universitário, então se tornou jornalista na Gazeta Renana, periódico radical. Teve contato, em Paris, com pensadores socialistas. Conheceu Friedrich Engels, filho de um industrial alemão, que seria seu parceiro intelectual e amigo a vida inteira. Expulso da França por sua participação em um jornal alemão radical refugiou-se em Bruxelas, quando se afastou das idéias dos hegelianos de esquerda e dos ideais políticos do que passou a chamar socialismo utópico (Proudhon, sobretudo). Radicou-se em Londres em 1849, onde publicou o restante de sua monumental obra, sempre com muitas dificuldades financeiras. Conseguiu organizar em Londres a I Associação Internacional dos Trabalhadores (I Internacional: 1864-76), na qual teve uma disputa intelectual e política célebre com seu rival russo Mikhail Bakunin, anarquista, da qual saiu perdedor. Na década de 70, criticou o a visão reformista do alemão Lassalle, que viria a inspirar o Partido Social-Democrata alemão no final do século XIX e início do século XX. Morreu em 1883 revisando O Capital em sua escrivaninha.
A obra filosófica de Marx é uma teoria crítica, onde práxis (ação) e teoria estão unidas. Marx tem uma filosofia da história, uma teoria da ação revolucionária e uma explicação econômica do capitalismo. Ele coloca Hegel de cabeça para baixo, pois o movimento dialético está no interior das contradições produzidas materialmente por homens reais em condições históricas reais, e não no Espírito. Com sua teoria do trabalho, Marx provoca a primeira grande ruptura com a tradição: O homem humaniza-se ao se tornar um ser socializado através do trabalho. O homem humaniza a natureza ao objetivar-se nela - ele a transforma. Marx efetua uma notável inversão