Introdução sobre modernidade
A modernidade costuma ser entendida como um ideário ou visão de mundo relacionada ao projeto empreendido a partir da transição teórica operada por Descartes, com a ruptura com a tradição herdada, o pensamento medieval dominado pela Escolástica e o estabelecimento da autonomia da razão, o que teve enormes repercussões sobre a filosofia, a cultura e as sociedades ocidentais. O projeto moderno consolida-se com a Revolução Industrial e está normalmente relacionado com o desenvolvimento do capitalismo.
A linguagem literária da modernidade, tanto na estética quanto na vida social, apresenta certo anticonvencionalismo temático de acordo com as inovações do conteúdo da Semana da Arte Moderna (realizada em São Paulo, em 1922, considerada ponto de partida do modernismo no Brasil). Além das inovações técnicas, a linguagem se tornaria coloquial e espontânea, mesclando expressões da língua culta com termos populares, o estilo elevado com o estilo vulgar. Há também uma forte aproximação com a fala, isto é, com a oralidade, onde geralmente, desejava-se denunciar a realidade como ela realmente é. Assim, liberto da escrita nobre, o artista voltaria a frequentar uma forma prosaica de dizer, feita de palavras simples e que, inclusive, admitiria erros gramaticais.
O trecho acima trata-se de uma narrativa fantástica, na qual os personagens são representados por animais, cuja manifestação se encontra relacionada ao contexto histórico demarcado pela época ditatorial. Como sabemos, a censura atuava como meio de represália àqueles que ousassem se posicionar de forma contrária aos mandos impostos à sociedade – razão pela qual muita gente foi exilada, desaparecida, enfim, punida. Assim, como entender a mensagem expressa pelo autor, se isso não se encontra explícito em lugar algum da narrativa? Eis o porquê da importância do conhecimento de mundo, e, em especial, do contexto que tanto norteou a história do povo brasileiro.
Outro exemplo, agora sob o estilo poético: