Introdução ao Orientalismo
O orientalismo serviu com uma ferramenta legitimadora da exploração colonial através de um trabalho de pesquisa pautado, antes de tudo, na hipótese da inferioridade racial e cultural de todas as civilizações não europeias. O seu objectivo, não assumido, foi a busca da justificação do processo imperialista através do discurso de redenção dos "primitivos, inferiores e subdesenvolvidos".
Tal prática mostrou-se amplamente nociva e eficaz em criar um desinteresse absoluto em conhecer mais profundamente as civilizações asiáticas e africanas, bem como de trabalhar o medo e a desconfiança em relação aos dominados, cujas sociedades eram tidas como "incultas, irracionais e perigosas".
Somente num período recente tal postura foi revista pelo intelectual Edward Said, em cujo livro "Orientalismo" ficam explícitos como tais expedientes actuam, até os dias de hoje, na construção da imagem do mundo islâmico. Algumas áreas com mais tradição em estudos asiáticos, como a sinologia e a indologia, conseguiram de algum modo superar parte desta carga de preconceito, mas a crítica de como as culturas orientais e africanas são recebidas pelo público