introdução ao estudo da historia
Capítulo II : A observação histórica
As características mais visíveis da informação histórica , foram muitas vezes descritas . O historiado , por definição , está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda. Das eras que nos precederam , só poderíamos falar segundo testemunhas . estamos , a esse respeito , na situação de investigador que se esforça para reconstruir um crime ao qual não assistiu. Porque no imenso tecido de acontecimentos , gestos e palavras de que compõe o destinho de um grupo humano , o individuo percebe apenas um cantinho , estreitamente limitado por seus sentidos e sua faculdade de atenção ; porque ele nunca possui a consciência imediata senão de seus próprios estados mentais. Vemos muito bem por que razões a impressão desse distanciamento entre o objeto do conhecimento e o pesquisador impôs-se com tanta força a tantos teóricos da historia . É que pensavam antes de tudo em uma historia de acontecimentos , até mesmo de episódios , aqueles que , certo ou errado ---não é o momento de examinar ---, palavras ou atitudes de alguns personagens , agrupados em uma cena de duração relativamente curta , em que se concentram , como na tragédia clássica , todas as forças da crise do momento : jornada revolucionaria , combate , entrevista diplomática. Existe no entanto outras eventualidades . Nos muros de certas cidadelas sírias , erguidas alguns milênios antes de Jesus Cristo , os arqueólogos descobriram , presas em pleno entulho , esqueletos de crianças . Como não se poderia razoavelmente supor que essas ossadas estivessem ali por acaso , estamos diante de resto de sacrifícios humanos . Sobre as crenças que se exprimem através desses ritos , seremos provavelmente obrigados a nos remeter a testemunhos da época , com ajuda de outros testemunhos. Aceitamos todavia , sem