Introduçao lutas
Yone Simidzu
Da equipe do Correio
São Paulo — ‘‘Então você tem 15 anos de experiência?’’, pergunta o recrutador de recursos humanos ao candidato a uma vaga na empresa. ‘‘É, 15 anos’’, responde o entrevistado. Com essa resposta econômica e curta, esse profissional perdeu não apenas a oportunidade de falar de sua trajetória profissional como também de mostrar desembaraço para se comunicar. Perdeu a chance de conseguir a vaga. ‘‘Se o candidato não souber falar e escrever de forma clara está liquidado’’, afirma a gerente Ana Maria Cadavez, da consultoria KPMG. Ela, por exemplo, descarta na hora um candidato que dá respostas secas e curtas, indícios de que tem dificuldades em se comunicar com outras pessoas. Não são apenas as palavras que contam. A entonação da voz, a firmeza ao falar, a habilidade em articular pensamentos e palavras e a linguagem corporal formam um conjunto que define a capacidade comunicativa e o perfil de um candidato. O olhar também é fundamental. ‘‘Sabemos quando um candidato mente pois ele sempre desvia o olhar’’, diz a gerente de recrutamento e seleção da Mission, Roseli Melo. ‘‘Não adianta nada uma pessoa dizer que tem firmeza na negociação, se ela está afundada na cadeira e sua voz praticamente não sai.’’ A exigência de habilidade para se expressar tem fundamento: o funcionário terá de falar com colegas e chefes, negociar com clientes, participar de reuniões, entre outras atividades.
FIM DAS ILHAS A comunicação é hoje uma das principais preocupações das empresas modernas que adotaram o trabalho em equipe. O líder tomou o lugar do chefe. E não há mais ‘‘ilhas’’, onde cada funcionário cuida apenas de determinadas tarefas. Mesmo essas empresas ainda enfrentam dificuldades de comunicação. É o caso de uma grande indústria paulista. Seu departamento de marketing correu contra o tempo para preparar o lançamento de uma novidade na data determinada. Faltavam poucos dias quando