Intrdução à Filosofia
Ocidental num volume, que ainda é muito lida. Quando me foi sugerido que poderia escrever um equivalente moderno, fui o primeiro a ficar intimidado pelo desafio. Russell foi um dos maiores filósofos do século e ganhou um prémio Nobel de literatura; como poderia alguém aventurar-se a competir com ele? Contudo, esta obra não é, em geral, enc arada como uma das melhores de Russell, que é notoriamente injusto com alguns dos maiores filósofos do passado, como Aristóteles e Kant. Além disso, Russell agia segundo pressupostos sobre a natureza da filosofia e do método filosófico que hoje em dia seriam postos em causa pela maior parte dos filósofos. Parece, na verdade, haver espaço para um livro que ofereça uma panorâmica da história deste tema de um ponto de vista filosófico contemporâneo.
A obra de Russell, por mais inexacta no pormenor, é aprazível e estimulante, tendo proporcionado a muitas pessoas um primeiro gosto pelo que há de emocionante na filosofia. Procuro neste livro atingir a mesma audiência de Russell: escrevo para o leitor culto em geral, sem uma formação filosófica especial, que deseja ficar a conhecer a contribuição dada pela filosofia para a cultura em que vivemos. Tentei evitar o uso de quaisquer termos filosóficos sem os explicar quando surgem pela primeira vez. Os diálogos de Platão oferecem-nos aqui um modelo:
Platão foi capaz de estabelecer resultados filosóficos sem usar qualquer vocabulário técnico, pois nenhum existia quando escreveu. Por esta razão, entre outras, tratei algo detidamente vários dos seus diálogos nos capítulos 2 e 3.
O aspecto da prosa de Russell que mais me esforcei por imitar foi a clareza e o vigor do seu estilo. (Russell escreveu, um dia, que os seus próprios modelos de autores de prosa eram Baedeker e John Milton.)
Um leitor que tenha acabado de chegar à filosofia achará por certo difíceis de seguir algumas partes desta obra. Em