Intoxicações no trabalho
Após muito sofrimento, tanto físico como mental, por parte do trabalhador, puderam ser observadas mudanças gradativas (a partir do final do século XIX) como resultado de leis de proteção à saúde dos trabalhadores, da melhoria dos ambientes ocupacionais e das ações legais eficazes na prevenção desses agravos. Porém, foi somente depois da publicação, em maio de 1999, da Lista de Doenças Profissionais Relacionadas ao Trabalho (Decreto nº 3.048/99) pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (Jardim, 2000, apud DE CAMARGO; CAETANO; GUIMARÃES, 2005, p.21; Ministério da Saúde, 2001) que a psiquiatria ocupacional começou a ter maior visibilidade. O termo psiquiatria ocupacional (utilizado desde 1927) reúne profissionais preocupados com a saúde mental do trabalhador e o mundo do trabalho e é definido por Guimarães et al. (1998, apud DE CAMARGO; CAETANO; GUIMARÃES, 2005, p.22) como “o estudo da dinâmica, da organização e dos processos do trabalho, visando a promoção da saúde mental do trabalhador, através de ações diagnósticas, preventivas e terapêuticas eficazes”. Esta é uma área fundamentalmente interdisciplinar que engloba profissionais de psiquiatria, psicologia, medicina do trabalho (e outras especialidades médicas), serviço social, terapia ocupacional, enfermagem, direito e engenharia, no intuito de promover a saúde do trabalhador. Existem vários motivos que delegam importância a esta área, dentre eles: a alta incidência de transtornos mentais entre os trabalhadores; a concessão de benefícios previdenciários por incapacidade temporária para o trabalho, tendo os transtornos mentais como a terceira causa dessa incapacidade, sendo superados apenas pelos acidentes e pelas doenças osteomusculares; e a necessidade crescente de um conhecimento mais abrangente sobre os transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho.
Atualmente, são descritos casos de neurointoxicações devidas