Internet e seus meios
Diferente das décadas anteriores, agora o povo possui a internet como uma forte ferramenta a seu favor. Os principais pontos de encontro dos manifestantes se tornaram eventos criados em redes sociais, aonde podem se comunicar e discutir enquanto não estão nas ruas. E isso se mantém essencial para a organização dos manifestos: as convocações são publicadas online e rapidamente viralizam por toda a rede. A ocultação de informações, restringindo-as apenas aos manifestantes, não existe mais, porém a força com que o manifesto toma ao serem agilmente compartilhadas as informações é uma vantagem grandiosa ao movimento. Tamanha a importância que esses eventos online tomaram, que a própria mídia e o governo passaram a se basear neles para a formação de estatísticas e estipulação de dados em relação a futuros manifestos.
De início, eram uns poucos, aos quais se juntaram centenas, depois formaram-se redes de milhares, depois ganharam o apoio de milhões, com suas vozes e sua busca interna de esperança, confusas como eram, ultrapassando as ideologias e a publicidade para se conectar com as preocupações reais de pessoas reais na experiência humana real que fora reivindicada. Começou nas redes sociais da internet, já que estas são espaços de autonomia, muito além do controle de governos e empresas, que, ao longo da história, haviam monopolizado os canais de comunicação como alicerces de seu poder.
Compartilhando dores e esperanças no livre espaço público da internet, conectando-se entre si e concebendo projetos a partir de múltiplas fontes do ser, indivíduos formaram redes, a despeito de suas opiniões pessoais ou filiações organizacionais. Uniram-se. E sua união os ajudou a superar o medo, essa emoção paralisante em que os podere constituídos se sustentam para prosperar e se reproduzir, por intimidação ou desestímulo - e quando necessário pela violência pura e simples, seja ela disfarçada ou institucionalmente aplicada. De segurança do ciberespaço,