Internet ameaçada
Estudo de Caso – Capítulo 5
O CARNIVORE DO FBI DEVORARÁ NOSSA PRIVACIDADE?
Na década de 60, O Federal Bureau of Invetigation (FBI) dos Estados Unidos começou a compilar arquivos sobre cidadãos considerados uma ameaça à segurança do país. Seus arquivos secretos continham milhares de cidadãos que protestavam contra a guerra do Vietnã, ativistas dos direitos civis e celebridades como Albert
Einstein, Rock Hudson e até mesmo Henry Ford. O Projeto de Lei da Privacidade de 1974 mais tarde transformou-se em lei com a finalidade de proibir a coleta de tais informações, salvo quando o Departamento de Justiça conseguisse mostrar que havia alguma razão para suspeitar que a pessoa tivesse cometido um crime. A partir da década de 60, muitas pessoas começaram a temer o FBI, porque ele tinha a reputação de ser contra a privacidade, mal administrado e até inepto. Em 1999, surgiu uma forte oposição contra a capacidade que o FBI tinha de coletar secretamente dados sobre os cidadãos comuns, depois de o Bureau admitir que havia desenvolvido e estava utilizando um produto de computador denominado Carnivore (também conhecido como DCS1000) para coletar secretamente informações de e-mail. No entanto, o medo crescente pelo FBI pode ter sido revertido quando os terroristas atacaram o World Trade Center e o Pentágono em 11 de setembro de 2001. Aparentemente, muitos estão reavaliando até que ponto estariam dispostos a renunciar à privacidade em troca de mais segurança.
O Carnivore, utilizado para bisbilhotar as comunicações que fluem pela Internet, é uma versão da escuta telefônica (grampo) para a era do computador. Os grampos coletam informações analógicas (vozes) a partir do telefone, ao passo que o Carnivore colhe informações digitais a partir do e-mail e de outros tráfegos que fluem para um usuário ou de um deles ou de um endereço de Internet específico. O FBI batizou o programa de Carnivore porque, dizem eles, descobre a