Intercorrências e intervenção de pacientes politraumatizados
Trauma pode ser definido como uma alteração estrutural ou desequilíbrio fisiológico do organismo, induzido pela troca de energia entre os tecidos e o meio.
A avaliação de um paciente traumatizado tem início no local do acidente, com a avaliação da cena, a observação das circunstâncias nas quais ocorreu o evento, como o tipo de colisão automobilística, o grau de deformidade do veículo, a velocidade dos corpos, entre muitas outras, permite que se estabeleça uma relação entre estes fatos e as possíveis lesões apresentadas pela vítima.
Como aproximadamente 30% dos óbitos decorrentes de trauma ocorrem na primeira hora, é importante que a avaliação deste paciente identifique e trate as patologias potencialmente fatais, como alterações na ventilação, hemorragias e hipotermia.
Geralmente, as vítimas de acidentes automobilísticos apresentam fraturas expostas, ou abertas, devido à alta energia. Os eventos traumáticos mais frequentes são os que envolvem motociclistas, seguidos por acidentes automobilísticos e pelas quedas. A prevalência de acidentes com moto pode ser explicada pelos seguintes fatores: motociclistas levam a maior exposição corpórea; maior dificuldade de visualização da moto por outros motoristas; e maior prevalência de comportamentos inadequados no trânsito. Sendo que neste tipo de acidente, houve maior prevalência de lesões nos membros inferiores.
Quando o acidente envolve moto, a colisão pode ser classificada em frontal ou lateral. Colisão frontal pode ser definida como o choque contra um objeto que está à frente do veículo, reduzindo subitamente sua velocidade; e está bastante relacionada a lesões dos membros inferiores. Já na colisão lateral, que é o choque contra o lado de um veículo, capaz de imprimir ao ocupante uma desaceleração que o afasta do ponto de impacto; além das lesões em membros inferiores, podem ser encontradas lesões no tronco e pelve. Na colisão