interaçoes sociais
EDUCAÇÃO INFANTIL: UM CAMINHO PARA
COMPREENDER O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Sílvia Mara da Silva*
Maria Angélica Olivo Francisco Lucas**
Introdução
Este texto é resultado do trabalho desenvolvido ao longo da disciplina Prática de Ensino em Educação Infantil do 4º ano do Curso de
Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá, no ano letivo de 2002. As atividades desta disciplina iniciaram com a inserção dos acadêmicos no campo de estágio – Centros Municipais de Educação Infantil, através de observação e participação das atividades desenvolvidas nestas instituições, com o objetivo de conhecer sua estrutura e organização pedagógica. Esta prática possibilitou o levantamento de uma questão (problema de pesquisa) a ser estudada. Nas observações realizadas, nos instigou uma prática bastante comum em instituições educativas que trabalham com crianças de
0 a 6 anos: a realização das atividades em mesas quadradas que comportam 4 crianças.
A princípio, tínhamos a idéia de que o motivo das crianças estarem assim distribuídas para trabalhar era conhecido, fazendo parte do senso comum dos profissionais que atuam com esta faixa etária. No entanto, as observações realizadas foram nos revelando que aquilo que parecia óbvio havia se tornado uma prática institucionalizada, ou seja, feita por todos e repetida sem que se tivesse consciência do porquê. Podemos fazer tal afirmação por que muitas vezes esta disposição permitia que as crianças estivessem apenas fisicamente próximas, mas não possibilitava que a interação entre elas realmente se estabelecesse. Era comum ouvirmos:
“Cada um faz o seu!” “Não atrapalhe o coleguinha!” Apesar disto, percebíamos que uma relativa interação entre as crianças acontecia, pois um pedia para o outro o lápis de uma determinada cor, perguntava como fazia florzinha “daquele jeito”, admiravam o desenho dos colegas. Além disso, foi possível observar que,