Inteligência financeira: em busca dos piratas modernos...( * )
( * ) Originalmente publicado na revista eletrônica do DIPOL, Polícia Civil de São Paulo.
As Atividades de Inteligência, nos tempos atuais, não se restringem mais à histórica vocação da Inteligência voltada à guerra. Vários setores desenvolveram práticas próprias, sempre baseadas no processo que, sinteticamente, pode ser resumido em: identificar o problema, coletar dados, analisar, produzir o conhecimento pertinente e apresentar.
Na esteira desta difusão, a gestão da Inteligência pode ser encontrada sob as mais diferentes denominações: nas empresas, como Inteligência Empresarial e, em alguns setores das mesmas, como Inteligência Competitiva; no Ministério Público já há toda uma atividade baseada em processos semelhantes e que alguns autores denominam Inteligência Ministerial (NETO, 2009), que teria como objetivo subsidiar ações do MP nas áreas cível e criminal; nas organizações policiais, como Inteligência Policial ou Inteligência da Segurança Pública; nos governos, a tradicional Inteligência de Estado, dentre outras. E um setor que tem se destacado nesta atividade é aquele que reúne dados da área financeira, sejam os de Inteligência Fiscal - normalmente ligados às Secretarias Estaduais ou à Receita Federal - sejam os de Inteligência de Operações Financeiras, que dão suporte às investigações de outros crimes financeiros, como fraude em licitações ou lavagem de dinheiro, por exemplo.
A criminalidade mudou e, atualmente, tão perigosas (ou mais!) que as armas de criminosos são as canetas de alguns, tanto na vida privada quanto na vida pública. As sociedades modernas com seus enormes estímulos ao consumismo, estimulam - também - diversas formas de corrupção, que - na maioria das vezes- é a ferramenta capaz de perpetrar a maioria dos crimes financeiros. Já existem estudiosos que se preocupam em vincular tais fatos com o comportamento econômico e psicológico, em estudos preciosos para agentes e analistas de