Ciberética

1 O Labirinto Virtual

Le cyberspace. Une hallucination consensuelle vécue quotidiennement en toute légalité par des dizaines de millions d’opérateurs dans tous les pays, par des gosses auxquels on enseigne les concepts mathématiques (...) Une représentation graphique de données extraites des mémoires de tous les ordinateurs du système humain. Une complexité impensable. Des traits de lumières disposés dans le non-espace de esprit, des amas et des constellations de données. Comme les lumières de villes, dans le lointain. (GIBSON, W. Neuromancien. Paris: La Découverte, 1985, p.64)

O objetivo deste trabalho é esboçar alguns aspectos e tendências de uma proto-ética do ciberespaço, uma Internética, tele-ética ou ciberética, que vem-se delineando, desenhando seus contornos e singularidades, cuja meta central seria refletir e sistematizar as características particularidades das interações “sem rosto”, que acontecem no ciberespaço da informação.

O termo ciberespaço aparece cotidianamente na imprensa e nas discussões sobre as novas tecnologias da informação. Ciberespaço seria, resumindo, o conjunto de redes de telecomunicações criadas com o processo digital das informações. John Perry Barlow, por exemplo, o define como o lugar em que nos encontramos quando falamos ao telefone. Mas isso é insuficiente para revelar a complexidade deste lugar virtual, verdadeira fronteira pela qual a sociedade redefine suas noções de espaço e de tempo, natural e artificial, real e virtual. Assim, o ciberespaço é uma das grandes questões do novo século. Daí a urgência em compreender suas estruturas internas.

Sobre uma possível ética do ciberespaço, sabemos que, pelo fato de nosso interlocutor internauta não se mostrar, esta nova forma de comunicação em rede tem de ir aos poucos estabelecendo modos de reconhecimento e ajuda mútua, delineando, no fazer diário, suas próprias regras, normas, comportamentos. Enfim, há de se criar, à revelia de medidas,