Inteligencia competitiva
Engenharia do Consentimento
(Walter Felix Cardoso Júnior)
"Se quiseres convencer, fala de interesses em vez de apelares para a razão."
Benjamin Franklin
Vivemos no tempo do "não tenho tempo". Em plena crise de atenção, abandonamos e-mails sem abrir; jogamos fora revistas, correspondências e jornais antes mesmo de sequer olhá-los; amaldiçoamos o telefone que toca sem parar e nos esquivamos das pessoas conhecidas na rua para evitar engajamentos inoportunos.
Temos disponibilidade cada vez menor e ainda somos saturados por um monte de informações que não interessam, mas que ocupam literalmente os nossos neurônios. O tempo que dedicamos a prestar atenção a qualquer coisa é um bem cada vez mais escasso em nossas vidas. Bem escasso - alto valor intrínseco.
Prestar atenção é um ato voluntário que requer esforço consciente. Quando alguém chama a nossa atenção de forma não apropriada ou fora de hora ou ainda por um motivo fútil, isso tende a nos irritar, pois a interrupção indevida mata o tempo, um bem escasso.
Diante de tanta perturbação ao redor das pessoas, como promover um engajamento coletivo em torno de idéias e interesses?
Don Pepers, tentando encontrar novas maneiras de engajar as pessoas em relações comerciais, afirma que no futuro próximo o ato de vender alguma coisa a alguém exigirá, antes de tudo, obter a permissão do sujeito, e que isso consistirá, necessariamente, em um processo de troca. Ou seja, a aquiescência das pessoas tem um preço, a contrapartida de receber algo que realmente lhes interesse. Não sendo assim, a sua atenção não será despertada, pois haverá sempre inúmeras atrações ao redor.
Entretanto, olhar a questão da permissão partindo de uma perspectiva puramente comercial é um desperdício conceitual. O ato de "vender" transcende a dimensão econômica e configura um processo transferência de idéias, de influencia