Integração comercial brasileira na década de 90
Comercial Brasileira na Década de 90
André Averbug*
* Economista do Convênio BNDES-Pnud.
43
Resumo
Este artigo visa rever o processo de abertura e de integração comercial brasileira na última década deste século. Ênfase é dada à análise dos dois principais empreendimentos de integração com os quais o país se envolveu: a implementação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e as negociações em torno da formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Outra questão abordada é a aproximação entre o Mercosul e a União Européia (UE). O trabalho conclui que o grau de abertura e de integração da economia deve continuar se intensificando, mas não sem que seus efeitos sejam devidamente ponderados, de forma a maximizar seus benefícios e minimizar seus custos. Fator essencial nesse processo é a consolidação do
Mercosul e suas negociações paralelas com a Alca e a União Européia.
44
1. Introdução
A década de 90 foi palco de mudanças significativas na política de comércio exterior brasileira. O período se caracterizou por um processo de abertura comercial abrangente, que se iniciou no governo Collor e se estendeu até o governo Fernando Henrique. A integração comercial brasileira vem ocorrendo no contexto de uma nova ordem mundial, a globalização, baseada nos moldes do chamado “Novo Regionalismo”, que se caracteriza principalmente pela integração de países através de acordos bilaterais e multilaterais (zonas de livre comércio, uniões aduaneiras e mercados comuns).
Este artigo visa rever o processo de abertura e integração comercial brasileira na última década deste século. Em particular, são analisados os principais empreendimentos de integração com os quais o país se envolveu: a implementação do Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul) e as negociações em torno da formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).1
Outra questão abordada é a possível aproximação entre o Mercosul e a
União Européia (UE), que pode