Insuficiência cardíaca
A função básica do coração é bombear o sangue. A capacidade de bombeamento do coração é medida através do débito cardíaco (DC), a quantidade de sangue bombeada por minuto. O DC é determinado pela medição da frequência cardíaca (FC), que é multiplicada pelo volume sistólico (VS), a quantidade de sangue bombeada para fora do ventrículo a cada contração. Em geral, o DC é calculado com o emprego da equação DC= FC x VS.
A FC é controlada principalmente pelo sistema nervoso autônomo. Quando o VS diminui, o sistema nervoso é estimulado a aumentar a FC e, assim, manter o DC adequado. A FC é facilmente medida, mas o VS é mais difícil de medir com exatidão. O VS depende de três fatores: pré-carga, pós-carga e contratilidade. A medição exata desses fatores requer a monitoração hemodinâmica.
A pré-carga é a quantidade de sangue apresentada ao ventrículo exatamente antes da sístole. Ela aumenta a pressão no ventrículo, a qual estira a parede ventricular. Como uma faixa de borracha, as fibras musculares ventriculares precisam ser estiradas (pelo volume sanguíneo) para produzir a ejeção ótima de sangue. O estiramento excessivo ou insuficiente da fibra muscular diminui o volume de sangue ejetado. O principal fator que determina a pré-carga é o retorno venoso, o volume de sangue que entra no ventrículo durante a diástole. Outro fator que determina a pré-carga é a complacência ventricular, a elasticidade ou a quantidade de “distensão” quando o sangue entra no ventrículo. A elasticidade é diminuída quando o músculo se espessa, como na miocardiopatia hipertrófica ou quando existe tecido fibrótico aumentado dentro do ventrículo. O tecido fibrótico substitui as células miocárdicas mortas, como depois de um infarto do miocárdio (IM). O tecido fibrótico tem pouca complacência, enrijecendo o ventrículo. Diante do mesmo volume de sangue, um ventrículo não-complacente apresenta uma pressão intraventricular mais elevada que um