Instituições financeiras e mercado de capitais
O ano de 1964 pode ser considerado um marco para visualizar de forma clara dois projetos para o país. De um lado, havia o nacional-desenvolvimentismo, baseado na construção de um capitalismo nacional por meio de incentivo a empresas locais. De outro, havia o desenvolvimentismo associado-dependente, que tinha como agente principal o capital estrangeiro para a construção do capitalismo no Brasil. Em ambos o papel do Estado era crucial, contudo com algumas diferenças em sua forma de atuação. No primeiro, ao Estado se impunha uma atuação muito mais interventora e estadista; no segundo, embora continuasse intervindo, admitia-se mais um papel regulador e estimulador ao capital estrangeiro. Esses projetos tinham pontos convergentes. Dentre eles cabe destacar dois. O primeiro era o objetivo do crescimento econômico. O segundo consistia no papel importante do Estado para a industrialização brasileira. Cabe a ressalva aqui que, nesse momento, havia a convicção quase generalizada de que crescimento e desenvolvimento econômico eram praticamente entendidos como sinônimos e que o simples alcance e manutenção do crescimento econômico ocasionaria uma melhoria nas condições de vida de toda a população. O objetivo de promover o crescimento econômico tendo como prior idade a distribuição de renda é algo recente na política econômica. Contudo, ele parece ter existido de forma concreta há algumas décadas, mais precisamente no governo do ex-presidente João Goulart. Esse projeto de nação começou a ser construído antes da década de 1960, em especial durante a Era Vargas, quando podemos dizer que o Estado brasileiro teve sua consolidação como interventor na economia. No âmbito econômico, o projeto Vargas, que ficou conhecido como nacional-desenvolvimentismo, foi a opção adotada. Nacional, porque via na dependência comercial, tecnológica e financeira o principal entrave ao desenvolvimento. Para isso seria necessário o fortalecimento do