Iniciação Maçônica
À Aug.'. e Resp.'. Loj.'. Simb.'. Priorado de Sião, Nº 3
Impressões Sobre Minha Iniciação Maçônica
Muito se fala a respeito da imposição do medo associado à iniciação maçônica. Não foi esse o meu caso. Embora, confesso, estivesse tomado por uma incômoda sensação produzida pela falta da luz e bastante ansioso, o medo passou longe.
A privação da visão provocou insegurança por ter-me tornado indefeso diante da vivência de uma cerimônia desconhecida para mim. Enfrentar provas e obstáculos, ainda que sabidamente simbólicos, confiando exclusivamente na condução de outras pessoas foi uma experiência nova e enriquecedora. Espero que esta confiança, estabelecida “forçosamente” por uma necessidade momentânea, se perpetue e se amplie quantitativa e qualitativamente.
Encontrava-me com o joelho machucado e isso dificultou muito alguns movimentos. Ocorre que este fato suscitou a imediata colaboração de alguns Irmãos no sentido de cercar-me de um cuidado maior para poder transpor os obstáculos sentindo as dificuldades inerentes à execução das provas sem, no entanto, agravar minha lesão. Um zelo evidente que me proporcionou um melhor entendimento e reconhecimento do significado da “fraternidade”.
Por outro lado, a escuridão forçou-me a aguçar o olfato e, principalmente, o tato e a audição para tentar reproduzir mentalmente o espaço físico ao meu redor e identificar a aproximação e o afastamento das pessoas e quais objetos e substâncias estavam sendo usados para alcançar os objetivos simbólicos pretendidos pelo ritual de iniciação.
Estar diante da minha própria imagem, refletida no espelho, com um Irmão apontando-me e apresentando-me como o meu maior inimigo foi um perfeito indutor à reflexão. Deste momento em diante, intensificaram-se algumas sensações que já me acompanhavam: o senso de responsabilidade, a consciência da necessidade de autocontrole e de autoconhecimento.
Não importa de onde venham as