Ingresso da mulher na educação
A trajetória da ausência da educação feminina coincide também com a história da construção social dos gêneros, das práticas da sexualidade e da servidão no Brasil. É necessário mencionar que o letramento, a instrução e a cultura quase inexistiram nesse período para a maioria dos habitantes da colônia. Durante o século XVI as mulheres ibéricas não tinham acesso à Educação. Na visão quinhentista da época, as mulheres faziam parte do “Ïmbecilitus Sexus” uma categoria que se enquadravam crianças, mulheres e doentes mentais. As únicas funções das mulheres era casar, cuidar do marido e dos inúmeros filhos que gerassem.
A Inserção da mulher na educação
A situação de exclusão da mulher da escola, em épocas passadas, já era conhecida por diversos pensadores que trabalharam na área de educação com alfabetização e leitura, e mesmo ilustrada através de prosa e verso, como com a “Balada para rezar a Nossa Senhora”: ...Sou mulher pobrezinha e quase no final. Eu nada sei, jamais por mim letra foi lida. Vejo na igreja que frequento, paroquial, Pintado o céu, onde o alaúde, a harpa é ouvida, E o inferno, onde os danados fervem sem medida: Um me apavora, o outro a alegria em mim derrama... .
( Villón apud in Martins, 2001, p.133.)
Desde a primeira escola de ler e escrever, inaugurada inicialmente lá pelos anos de 1549, pelos primeiros jesuítas colonizadores aqui presentes no Brasil, a única intenção da obra jesuítica era a formação cultural da elite branca e masculina. As mulheres logo ficaram exclusas do sistema escolar estabelecido na colônia. Podiam, quando muito, educar-se na catequese. Estavam destinadas ao lar: casamento e trabalhos domésticos, cantos e orações, controle de pais e maridos. E foram os nativos brasileiros os primeiros defensores do direito á mulher na escola, devido a sua insistência para o ingresso de suas filhas, Pe. Manuel de Nobrega enviou um pedido de permissão a Rainha de Portugal, porém esse