Inglaterra X Espanha
“Espanha não consegue furar a defesa Suíça e estréia com derrota de 1 a 0”. Essa foi a manchete do jornal logo após o jogo. Não vi o jogo todo, mas pude ver alguns lances. Confesso que torcia pela Suíça, graças a uma antipatia antiga que nutro pela Espanha. Assim, ao ler esta reportagem sobre a derrota da Espanha, não pude deixar de lembrar-me de outra derrota da Espanha, muito mais vergonhosa do que esta no futebol, sofrida há 412 anos. O então rei da Espanha Filipe II, ferrenho perseguidor dos protestantes, tencionava dominar a Inglaterra, como dominara outros países da Europa, destronar a rainha protestante Elizabeth para coroar em seu lugar a rainha católica da Escócia, Mary Stuart. Usando como pretexto a execução de Mary na Inglaterra, Filipe declarou guerra aberta à Coroa Inglesa, “para defender a fé católica”, dizia. Formou então o que chamou de “A invencível Armada”, formada por 130 poderosos navios de Guerra e 108 navios mercantes, tripulada por 30.000 soldados e marinheiros, e investiu contra os poucos navios ingleses capazes de lutar. Na noite de domingo, 28 de julho de 1588, ele gargalhava em seu palácio, e os espanhóis com ele, com suas velas acesas, na certeza de que a guerra estava ganha. Contudo, conta-se que naquela noite a rainha Elizabeth despiu-se dos trajes reais, vestiu a armadura dourada dos Reis e marchou com seu povo, subindo num penhasco de onde podia avistar a imensidão dos navios espanhóis. De lá, alta madrugada, ela orou ao Senhor e pediu-lhe forças, justiça e misericórdia, enquanto o Conselho de