Infância na creche
Este texto é uma produção de José Alfredo Oliveira Debortoli e apresenta os princípios, concepções, escolhas teóricas e análises que fundamentam um trabalho de pesquisa com crianças da Educação Infantil de Belo Horizonte de uma instituição comunitária.
A construção de uma pesquisa em uma creche comunitária segundo o autor trouxe complexas marcas decorrentes de uma história de opções políticas que se refletem na dificuldade para a implantação de instituições de educação infantil na rede pública de ensino.
Definir o campo da pesquisa, no caso uma creche não foi uma escolha aleatória, mas surgiu de uma vontade em estabelecer de modo representativo o contexto pedagógico infantil de B.H. especificamente do Centro de Educação Infantil da Regional Barreiro (CEI-Barreiro). Nesse contexto buscou-se conhecer as crianças e suas infâncias na creche, suas relações com as professoras e a visibilidade que emergia do discurso das professoras.
O primeiro encontro com as crianças foi em suas próprias salas e teve a finalidade de estabelecer uma aproximação entre pesquisador e alunos. Os encontros passaram a ser três vezes por semana em horários variados, de junho a dezembro de 2002.
Nessa instituição eram atendidas entre 70 a 80 crianças de dois a cinco anos. O trabalho pedagógico foi estruturado em quatro turmas divididas pela idade das crianças: maternal I ( dois a três anos), maternal II ( três a quatro anos), primeiro período (quatro a cinco anos) e segundo período (cinco a seis anos). A maior parte das crianças permanece na creche em período integral, são meninas e meninos os mais diferentes e comuns, brancos e negros, expressam comportamentos variados e surpreendentes. Às vezes alegres, às vezes nervosas, às vezes agitadas, outras vezes agressivas, muitas vezes amorosas.
A construção de situações de rememoração da infância e da trajetória de professores também fez parte da