inflação
Publicado em abril 18, 2013
A ciência econômica avança em espasmos, de maneira contraditória. Há divergências quanto ao objeto (o que é a economia ?), aos métodos (histórico-comparativo, econométrico etc), a quais variáveis selecionar como essenciais, a lógica e a natureza das relações (funcionais). Não há concordância sequer quanto a natureza da própria realidade que se deseja conhecer (objetivismo x subjetivismo).
Considerando-se que o conhecimento acerca da realidade socialmente construída é necessariamente provisório, precário, parcial, ideológico etc, deveríamos reconhecer com muita humildade que pouco ou quase nada sabemos sobre o futuro. Meus filhos pequenos me perguntariam então: por que então há embate tão fervoroso em torno de rumos para as pólíticas públicas ?
1. Juros e Câmbio
Os juros são o preço da mercadoria transformada e entregue pelas instituições financeiras às firmas e às famílias. Bancos transformam dinheiro hoje em dinheiro amanhã e, por isso, cobram um “aluguel” denominado juros. O preço deste aluguel possui dois componentes. Depende do quanto o Banco Central está disposto a variar a quantidade de moeda hoje em circulação na economia e isso significa “política monetária”. Se diminuir a liquidez, todo o resto constante, sobem as taxas de juros. E sobem por mecanismo de oferta e demanda.
Se o Federal Reserve aumenta a liquidez em dólares (dinheiro hoje), tudo demais constante, incluindo-se a liquidez provida pelo Banco Central brasileiro em Reais, há pressões para diminuição das taxas de juros em dólares. Assim, na medida em que “alugar” 1 Real é mais caro que “alugar” 1 dólar e, considerando-se que o Governo brasileiro possui reservas abundantes (baixo risco), é razoável supor que todo o dinheiro do mundo será atraído para o Brasil por conta do diferencial estabelecido entre os juros internos e externos.
O que impede influxos turbulentos é o movimento simultâneo das relações de troca entre Reais e