Industria cultural
Foi nessa efervescência de mudanças sociais que vimos brotar uma indústria baseada na estrutura de trabalho apresentada, uma indústria que irá esvaziar de sentido tudo aquilo que por ela passar, e buscará a mera reprodução e incorporação de diferentes discursos sob o mesmo “guarda-chuva”, utilizando um discurso democratizante e vazio para fazer com que todos possam consumir seus produtos.
A indústria cultural colocará em cheque ideologias, como os diversos movimentos sociais apresentados na segunda metade do século XX nos Estados Unidos, reforçando a ideia de “liberty” para todos, porém apenas camuflou as bases de uma estrutura que não se alterou e apenas aprofundou as desigualdades produzidas em sua essência.
Assim, o presente artigo tem como finalidade discutir a incorporação dos movimentos sociais vividos nos Estados Unidos – com enfoque ao movimento negro – por essa indústria cultural e como consequência o esvaziamento ideológico e a reprodução banalizada de elementos de cultura que antes eram símbolos do movimento negro, e que na década de 80 passou a ser consumida pelas diversas camadas sociais de uma sociedade branca segregacionista.
Nesse seio de contradições, buscaremos entender como se perderam tais movimentos e quais os elementos que desconstruíram a organização negra formada em 60, para depois aprofundar as desigualdades e as exclusões, mantendo o confinamento dos negros nos guetos norte- americanos e os transformando em seres letárgicos, sem condições de lutar contra as bases de um sistema opressor, maquiado por um discurso de igualdade e liberdade.
Capítulo um.
A Indústria Cultural
De uma perspectiva geral e cronológica, perceberemos algumas modificações nas estruturas sociais no decorrer dos anos e séculos, permeados quase