Industria Cultural - Vera Piza
O texto da Profª Drª Vera Toledo Piza faz considerações sobre o termo "Indústria Cultural" depois de decorridos quase 60 anos desde que foi criado por Theodor W. Adorno.
Levando em conta toda a tecnologia presente nos dias atuais e o fato da industrialização já estar consolidada em quase todo mundo, a autora levanta as seguintes questões:
Quais produtos podem ou não serem considerados industriais?
A cultura atualmente pode ser vista como processo industrial?
Quais relações se estabelecem entre produtor industrial e produtor cultural? E entre produtor cultural e público consumidor de cultura?
Que fronteiras existem entre cultura popular e erudita?
Essas fronteiras são espontâneas ou definidas pela mídia?
Através de suas reflexões e comparações com outros autores, Piza encontra respostas para tais indagações, aprofundando os temas abordados por Adorno.
Desenvolvimento
É considerado produto industrial, aquilo que é resultado da inter-relação entre produção e consumo, ou seja, toda produção feita em larga escala com foco em ser consumido por determinado público. Para que a consumação se concretize, são utilizadas estratégias de marketing, difundidas pelos meios de comunicação para divulgação do produto industrial. Tais estratégias podem ser empregadas para venda de diversos produtos, desde o lançamento de um DVD até a venda de um automóvel, sempre disseminando sua influência para diferentes consumidores.
Tendo em vista que industrial é a cultura produzida com uma direção para o consumo, mais especificamente para o consumo de massa e através dos meios de comunicação de massa, nós somos sim públicos de uma cultura industrial. Podemos ver que essa não é uma cultura espontânea, que não vem livremente do povo, mas que na verdade é imposta por meio de manipulação midiática, uma satisfação das necessidades criadas pela própria Indústria Cultural. A produção cultural espontânea, à qual a autora se refere como Artesanal, é insuficiente, segundo suas