Industria Cultural Brasileira
Relendo alguns estudos sobre a crítica da industria cultural percebi que apesar do pensamento pessimista da teoria crítica, ela, como projeto de análise do real, ainda oferece categorias interessantes para analisar a realidade material. A questão da Internet, a explosão de imagens que somos expostos, o uso da racionalidade instrumental para convencer as pessoas a consumirem os produtos, os vários mecanismos de convencimento, enfim me parece que Adorno e Horkheimer tinham razão ao perceber uma dialética negativa intrínseca ao desenvolvimento do sistema capitalista de produção.
Indústria cultural
O termo indústria cultural (em alemão Kulturindustrie) foi criado pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), a fim de designar a situação da arte na sociedade capitalista industrial . Membros da Escola de Frankfurt, os dois filósofos alemães empregaram o termo pela primeira vez no capítulo: O iluminismo como mistificação das massas no ensaio Dialética do Esclarecimento, escrita em 1942, mas publicada somente em 1947 . Para os dois pensadores, a autonomia e poder crítico das obras artísticas derivariam de sua oposição à sociedade. No entanto, o valor contestatório dessas obras poderiam não mais ser possível, já que provou ser facilmente assimilável pelo mundo comercial . Adorno e Horkheimer afirmavam que a máquina capitalista de reprodução e distribuição da cultura estaria apagando aos poucos tanto a erudita quanto a arte popular. Isso estaria acontecendo porque o valor crítico dessas duas formas artísticas é neutralizado por não permitir a participação intelectual dos seus espectadores4 . A arte seria tratada simplesmente como objeto de mercadoria, estando sujeita as leis de oferta e procura do mercado . Ela encorajaria uma visão passiva e acrítica do mundo ao dar ao público apenas o que ele quer,