Indisciplina
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA
UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
RELATOS DE INDISCIPLINA: O QUE ESTÁ POR TRÁS DOS CONFLITOS NO COTIDIANO ESCOLAR
CANDIDATO: CLAUDIO MARQUES DA SILVA NETO
GRADUADO EM PEDAGOGIA
1. TÍTULO
RELATOS DE INDISCIPLINA: O QUE ESTÁ POR TRÁS DOS CONFLITOS NO COTIDIANO ESCOLAR.
2. APRESENTAÇÃO
Como professor, Coordenador Pedagógico nos níveis fundamental e médio e, atualmente, como Supervisor Escolar, no sistema municipal de ensino de São Paulo, tenho constatado por parte dos professores, dos alunos e da instituição escolar uma imagem negativa dos conflitos e, sobretudo, o sentimento de impotência da escola para lidar com eles, cuja falta de atenção e, conseqüentemente, sua perspectiva negativa, pode ser objeto das situações de indisciplina na escola. Como decorrência dessa imagem, percebo a dificuldade de sociabilidade entre professores e alunos e que, por vezes, inviabiliza o andamento pedagógico, em que brigas, desentendimentos, agressões físicas e desacatos têm exigido intervenções freqüentes.
Provavelmente, esse quadro ocorra também devido à conjuntura política, econômica e social que nossa sociedade vive atualmente, que segundo Arendt, faz da crise da modernidade a crise da educação (Hannah Arendt. Perspectiva; 1997). Em outras palavras, o que a população obtém da escolarização de massa, em termos culturais, obedece menos às suas especificidades culturais, étnicas, de gênero e de grupo social do que a lógica do impacto privado, gestado e implementado pela escola, apesar das distorções entre a representação desta instituição e o dia-a-dia do trabalho docente.
Por conseguinte, constata-se uma relativa confusão conceitual em que os professores definem a indisciplina desde a apatia do aluno às manifestações de incivilidades. Talvez essa confusão seja gerada, sobretudo, pelo não