Indignai-vos
INDIGNAI-VOS!
Tradução: Marly Peres
Reprodução eletrônica:
Mensanapress
Artesanato gráfico e editorial
2011
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Paulo Klee, Angelus Novus, 1920. Aquarela, 31,8 x 24,2 cm,
Museu de Israel, Jerusalém.
Neste texto, Stéphane Hessel se refere à obra de Klee e ao comentário que sobre ela deixou o filósofo alemão Walter Benjamin, em suas Teses sobre a filosofia da história, escritas em 1940 sob o choque do pacto germano-soviético. Walter Benjamin foi seu primeiro proprietário. Ele via na obra um anjo repelente, “a tempestade que chamamos de progresso”.
2
Apresentação
Sylvie Crossman
Que sorte a nossa, poder alimentar-nos da experiência deste grande resistente, que sobreviveu aos campos de concentração de Buchenwald e de Dora, que participou da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, foi embaixador da França e agraciado com a
Legião de Honra!
Para Stéphane Hessel, o “motivo básico da resistência foi a indignação”. É verdade que, no mundo complexo de hoje, as razões para se indignar podem parecer menos claras e nítidas do que nos tempos do nazismo. Mas, “procurem e encontrarão”: a distância crescente entre ricos e pobres, o estado do planeta, o tratamento dispensado aos imigrantes ilegais e aos ciganos, a corida para ter cada vez mais, a competição, a ditadura dos mercados financeiros, a ameaça às conquistas alcançadas pela resistência, de aposentadoria, de seguridade social. . . Para ser eficaz, é preciso que essa luta aconteça como no passado, em rede, como ação conjunta. Prova disto são as organizações, como Attac, Amnesty ou a DIDH, dentre outras.
Por isso, podemos, sim, dar crédito a Stéphane Hessel e acompanhá-lo nessa caminhada, à qual ele conclama, de uma “insurreição pacífica”.
3
Por um deus indignado
José Castello
Esperar - em vez de não “ex-asperar” - propõe o embaixador e escritor alemão Stéphane Hessel em “Indignaivos”, breve, mas arrebatador ensaio a respeito do mundo