Inconfidência mineira
O ouro foi ficando mais difícil de ser encontrado.Sua exploração entrou em decadência a partir de 1770. Isso fez com que repercutissem, com maior intensidade sobre a população das Minas Gerais, as várias medidas restritivas adotadas pelo governo português: o monopólio do sal, o fechamento das estradas que conduziam ao litoral, a proibição da existência de manufaturas. A notícia dos acontecimentos relacionados com a independência dos EUA (1776) e a ameaça da execução da derrama (cobrança dos impostos atrasados, que atingia 596 arrobas em 1789) agiram como elementos aglutinadores dos descontentamentos da população mineira, que resultaram numa revolta contra a Coroa lusa, chamada de Conjuração ou Inconfidência Mineira.
Os inconfidentes formularam planos para:
* A proclamação de uma república (cuja capital seria São João Del Rei);
* A fundação de uma universidade em Vila Rica;
* A libertação dos escravos (sobre o que não concordavam todos os conjurados, não sendo levada adiante);
* O incentivo às atividades industriais (mas não houve grande preocupação com a ação propriamente dita).
Com um sentido fundamentalmente anticolonialista, ou seja, a favor da separação de Portugal (é nítida a influência da independência dos EUA), a Conjuração Mineira reunia “grandes homens” da sociedade mineira, como os poetas Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga (o “Dirceu” de “Marília”) e Inácio José de Alvarenga Peixoto (que propôs o lema “Libertas quae sera tamen” – liberdade ainda que tardia – para a bandeira da nova república).
O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, destoava inteiramente desta elite de proprietários, doutores e clérigos, muito embora participasse de suas ideias.
Delatado o movimento ao governador das Minas, Visconde de Barbacena, por Joaquim Silvério dos Reis, foi imediatamente suspensa a derrama, pois para esse dia – “o dia do batizado” –estava marcado o início