Inclusão Social
A importância da atuação da família/profissionais/legislação para o desenvolvimento da pessoa surda. (Clélia Regina Ramos)
A palavra INCLUSÃO tem aparecido bastante nos últimos tempos. Seja na mídia, seja nos espaços educacionais, ou nos ( poucos) espaços ocupados pelos denominados “portadores de deficiência”. A mim parece que com significados distintos entre si.
Para os Surdos, por exemplo, com os quais convivo há quase dez anos como pesquisadora da Cultura
Surda e há três anos como Assessora de Imprensa da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), a palavra INCLUSÃO carrega um sentido totalmente negativo, associado com perda de identidade cultural e lingüística. Os Surdos, segundo palavras do presidente nacional da entidade, senhor
Antônio Campos de Abreu, “(...) a proposta de inclusão dos Surdos no sistema regular de ensino não se adequa às reais necessidades dos Surdos, além de relegá-los a um status de “não-ouvintes”, transformando-os em pseudo-falantes de uma língua que não satisfaz suas necessidades de entendimento.
O que vem ocorrendo é um total desconhecimento da comunidade acadêmica no que se refere à cultura e à língua utilizada pela comunidade surda, desconhecimento que está encabeçado por profissionais que desconsideram a demanda imposta pela Surdez , acarretando com isso conseqüências globais na interação entre Surdos e ouvintes em todos os âmbitos.
Para a FENEIS não existe qualquer concordância a este respeito, uma vez que todos os Surdos dependem de estratégias lingüísticas que realmente satisfaçam sua demanda comunicativa, educacional e interativa. A barreira de comunicação que existe pode ser transposta ao colocar-se o aluno Surdo em um espaço educacional onde professores e colegas ouvintes possam aprender e usar novas formas de interação.
Daí, a defesa de uma escola onde existam salas de surdos e salas de ouvintes e que, em momentos diferenciados e planejados, alunos possam interagir, reservando