Inclusão Escolar – O que é¿ Por quê¿ Como fazer¿
Maria Teresa Eglér Mantoan
A autora é docente da Faculdade de Educação da Unicamp, sendo coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade (LEPED) desde 1996. Inicia sua narrativa contando do encanto desenvolvido por ela ao longo dos tempos pelo cenário da educação, e problematiza ai a necessidade de tentarmos compreender como estão nossas escolas hoje. A partir de então, a autora nos convida a perceber as medidas excludentes adotadas pelas escolhas como formas de reagias às diferenças. Sendo assim, seu texto se desenvolve como forma de propor – ou, delinear – uma forma de restaurar os princípios e valores que regem a atual conjuntura educacional. A “ressignificação” da educação pressupõe uma mudança nas escolas, com o objetivo de torná-las de fato abertas para recepcionar todos alunos segundo suas capacidades e talentos. É nesta perspectiva que se dá a educação inclusiva, e não pela segregação e categorizações que são feitas. A educação não deve se restringir a dominar e instruir os alunos a todo custo, segundo as normas da hegemonia acadêmica que reduz os alunos |à passividade e o corpo docente a meros instrutores. Ao relatar seus encantos e propor problematizações, Mantoan recorre aos objetivos que se almeja enquanto educador. Ressalta ainda que existem quatro grandes questões que regem esta problemática: o que é inclusão escolar, quais as razões para ela ser proposta, quem são seus beneficiários e como fazê-la nas salas de aula de todos níveis de ensino. A proposta de um novo cenário surpreende pela ruptura necessária para seu estabelecimento. Para tal, é preciso ter clareza do que está se propondo. A autora nos traz o conceito grego de paradigma, que são definidos enquanto modelos abstratos que se materializam com imperfeição no mundo concreto. Em uma concepção moderna, trata-se de um conjunto de regras e normas partilhados em grupo em determinado momento histórico até