Incineração e engenharia civil
A incineração de resíduos sólidos urbanos é um método de tratamento de lixo pouco usado atualmente no Brasil. Em função desse fator, não existe um costume de utilizar as cinzas e partículas provenientes dessa combustão para a produção de diversos materiais, principalmente materiais utilizados nos canteiros de construção civil em diversas áreas distintas. A combustão feita nas câmaras de incineração reduzem em até 90% a massa de lixo incinerado, liberando ao final do processo gases e partículas sólidas de tamanhos variados. Essas partículas podem ser beneficiadas e usadas para reconstituir novos materiais, sendo produtos industrializados ou até mesmo adicionados diretamente em compostos na construção civil, como o uso de cinzas na confecção de concreto. As cinzas e as escórias que restam após a queima normalmente têm sílica (SiO2) como composto principal na sua composição, óxido esse que forma liga vítrea, mas incluem também apreciáveis teores de CaO, Al2, O3, Na2, O, Fe2, O3, TiO2 e outros óxidos minoritários, podendo ainda conter pequenas quantidades de metais e ligas. O processo de vitrificação destes tipos de componentes, de composição química complexa, deve ser acompanhada de tratamentos térmicos adequados, visando promover a cristalização,e formando assim um material vitrocerâmico. Os vitrocerâmicos podem ser produzidos pelo método tradicional, submetendo as peças de vidro a um tratamento térmico adequado para que o material sofra cristalização, ou por uma via alternativa, que consiste na sinterização a elevadas temperaturas de compactos de obtidos a partir dos pós do vidro. O último método é preferencialmente utilizado quando se pretende obter peças com formas mais complexas, que não podem ser produzidas pelas formas tradicionais de beneficiamento do vidro (sopragem, laminagem, prensagem). Os vitrocerâmicos provenientes de resíduos podem ter variadas