incerteza cientifica
Sem aprofundar-se nos argumentos científicos favoráveis ao aquecimento global antropogênico, liderados pela opinião do IPCC; nem nos argumentos céticos liderados pelo NIPCC a este aquecimento, foi possível constatar do tópico anterior que a ciência das mudanças climáticas está envolvida em inúmeras incertezas, além de estar sujeita a interesses políticos aparentemente ocultos. Até pouco antes do Protocolo de Quioto, os governos não tomaram nenhuma atitude concreta e efetiva em relação ao aquecimento global. Esta postura reflete que, até certo ponto, existia uma cautela de não fazer nada a respeito de um problema que poderia até mesmo não ocorrer. Porém, se determinados problemas incertos, como no caso das mudanças climáticas, viessem a ocorrer, poderia trazer grandes e irreversíveis problemas ambientais, sociais e econômicos. Foi assim que, na Segunda Conferência Mundial do Clima em 1990, os cientistas e políticos resolveram adotar o Princípio da Precaução, que foi adotado também dois anos depois na “Convenção sobre Diversidade Biológica” e na “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima”, durante a Cúpula da Terra em 1992. Este Princípio da Precaução define o marco inicial do “consenso científico” de que o problema de mudanças climáticas pode ser sério, mas ainda incerto.
Com a evolução do tema e aumento da visibilidade pública, políticos foram naturalmente se envolvendo e infiltrando-se na esfera científica, culminando na formação do IPCC, que, desde a publicação de seus Relatórios de Avaliação, tem despertado críticas de cientistas céticos. Estes questionam a incerteza dos resultados, argumentando que o “consenso científico” é na realidade um “consenso político” e controverso. De acordo com Gupta (1999), a incerteza do problema torna o processo de tomada de decisão complexo; mas a controvérsia circundante da incerteza torna o processo ainda mais complexo, podendo levar a interpretar o Princípio da