Imposto sobre os carros no Brasil
Algumas reportagens sobre incidência de impostos sobre automóveis no Brasil, como esta do G1, sustentam que a carga tributária sobre carros no Brasil varia de 27% a 40%. Ocorre que a carga tributária sobre automóveis no Brasil é bem superior a 40% e vamos mostrar os motivos.
A reportagem acima do G1 considerou como impostos aplicados aos carros no Brasil apenas o IPI, ICMS e PIS/COFINS. Se tomarmos com exemplo o caso do City, um carro de motor 1.5, que que não pega a faixa mais elevada de IPI, observamos que só o IPI somado ao ICMS resultam em 31,3% do valor do carro.
Esse valor é possível constatar quando se observa um City EX AT, que tem preço público de R$ 67.000 reais, e o mesmo carro quando vendido para deficiente físico sai por R$ 51.000 reais. Como a isenção para deficiente físico engloba apenas IPI e ICMS, verifica-se que o preço normal é 31,3% ao do mesmo carro sem IPI e sem ICMS. Se somarmos a incidência do PIS/COFINS, que no caso dos automóveis é de 8,43% (regime não cumulativo e monofásico), observa-se que só de IPI, ICMS e PIS/COFINS para a faixa de motor intermediária,q ue vai até 2.0, já temos 40% de carga tributária.
Mas os impostos aplicados nos carros brasileiros não param por aí. Além desses, nós, consumidores, ainda pagamos IRPJ, CSLL, IOF, CIDE e Imposto de Importação sobre os componentes importados, que podem chegar a 35%. Além disso, como tais impostos são aplicados de forma cumulativa em toda a cadeia produtiva, eles acabam incidindo sobre os demais impostos, em uma cascata de impostos que produz essas aberrações de carros fabricados no Brasil custando a metade do preço no México, mesmo com o carro vendido lá incorrendo em custos de transporte.
O fato é que a comparação com os preços dos carros no México permitem estimar o nível de carga tributária dos carros brasileiros. Isso acontece pois os impostos pagos pelos brasileiros são retirados dos carros exportados, por força de vários