Importação e exportação
A invasão de produtos estrangeiros no Brasil atingiu níveis preocupantes e já é a maior entre os países do Bric, grupo que reúne ainda Rússia, Índia e China. Segundo a Organização Mundial do Comércio, o Brasil já é o 20º maior importador do mundo, com 1,3% do total. Isso se deve ao real supervalorizado e à expansão do consumo doméstico. Somem-se a isso as empresas que investem em máquinas e equipamentos importados, cujo preço é ilusoriamente a metade, mas sem a garantia de peças de reposição e manutenção, que quando solicitadas geram custos abusivos.
Devemos comemorar ou lamentar essa marca? No mínimo, temos que nos preocupar. Consumir produtos nacionais fortalece nossa indústria e garante mais produtividade, tornando-a competitiva. O Brasil, que caminha para ser um dos maiores exportadores mundiais de commodities, com 70% do total, deve começar a reorientar sua política para produtos com maior valor agregado. Hoje compramos manufaturados (muitos de qualidade duvidosa) e exportamos matérias-primas, verdadeira armadilha. É preciso agregar valor ao sistema produtivo, estimular a inovação, facilitar o acesso ao crédito, criando ambiente competitivo para a indústria no País. É urgente a criação de políticas específicas para proteger o mercado interno, aumentar o poder de compra e criar empregos para absorver o crescimento demográfico.
Gerar emprego, aliás, é vocação das pequenas. Juntas, elas somam mais de 6,8 milhões de empresas formais, que respondem por mais de 60% dos empregos diretos, 30% do PIB, 2% das exportações e 13% do fornecimento ao governo. No auge da crise, em 2009, o micro e pequenas criaram 1,02 milhão de empregos ou 91% do total.
Quando o consumidor compra produto importado de qualidade e preço inferiores, em detrimento do nacional, pode pagar caro. Em casos extremos, com o próprio emprego. Preços imbatíveis no Exterior não raro escondem salários mensais de US$ 30 (cerca de R$ 50), péssimas condições,