Importancia dos musgos
Jornal da Região Lisboa, 15-09-2003
Geralmente, são espezinhados sem sequer se dar conta. Só quando chega o Natal e é preciso enfeitar o presépio é que são lembrados.
E, no entanto, os musgos podem revelar o valor de uma dada zona em biodiversidade, permitem saber a evolução da poluição, ajudam a fixar o azoto nos solos (podendo substituir químicos nessa função), além de serem antibióticos e anticancerígenos.
Até ao final deste mês, estes e outros mundos fascinantes são redescobertos através do programa Ciência Viva.
São plantas, mas não têm flores, sementes ou sequer raízes. Dão pelo nome de briófitos, definição onde cabem os musgos, as hepáticas e os antocerotas. De dimensões reduzidas, a sua importância ecológica é enorme.
"Quando há uma grande quantidade de certos tipos de briófitos é sinal de que nessa zona existem muitos outros organismos, indiciando que se está perante uma zona com um grau de biodiversidade que justifica todos os esforços para a sua conservação", frisa Cecília Sérgio, investigadora da Faculdade de Ciências, perante um grupo de 25 pessoas, atentas à aula improvisada numa sala do Jardim Botânico de Lisboa. Um pouco mais tarde, a teoria acabava e era vê-los agachados aqui e ali, a vasculhar os recantos daquele espaço verde.
As motivações para aderir as iniciativas do Programa Ciência Viva podem ser várias, embora a sede de saber mais seja denominador comum.
Rosa Almeida, por exemplo, acompanhou a ação "Musgos: O Jardim Botânico de Lisboa, um refúgio", realizada na semana passada, porque se interessa por "todas as manifestações de vida". Acabada de regressar de uma jornada de Geologia no Douro Vinhateiro, ainda vai frequentar muitas outras em cartaz até ao fim do mês. "Já fiz quase todas as acções do programa em vários pontos do País", referiu esta escultora, natural de Lisboa.
Menos leve de espírito estava o João Calaim, jovem professor de Biologia, desempregado. "Tenho assistido às iniciativas da Ciência Viva